Fernando Fernandes
Hoje venho expor um assunto que abrange Saúde e Meio Ambiente. Trata-se da substância chamada bisfenol encontrada em diversos produtos, incluindo o papel térmico, o mesmo utilizado como recibo, extrato bancário e nota fiscal e que aparentemente é inofensivo, mas apresenta propriedades nocivas.
Este tipo de papel é impresso através de transferência térmica que altera as propriedades químicas no papel, e para que isso ocorra, este papel é produzido com a adição de substâncias químicas dentre elas o bisfenol A que é tóxico aos seres humanos e animais.
Esta substância tem propriedade disruptora endócrina e pode penetrar nos organismos por via ingestão e por via dérmica. No caso do papel térmico, essa penetração é por contato (via dérmica) e nos humanos pode causar problemas como aborto; anomalias e tumores do trato reprodutivo; câncer de mama e de próstata; déficit de atenção; de memória visual e motor; diabetes; diminuição da qualidade e quantidade de esperma; endometriose; fibromas uterinos; gestação ectópica (fora da cavidade uterina); hiperatividade; infertilidade; modificações do desenvolvimento de órgãos sexuais internos; obesidade; precocidade sexual; retardo mental e síndrome dos ovários policísticos.
O papel térmico não é a única fonte de bisfenol que pode ser encontrado em plásticos de policarbonato e em resinas epóxi, fazendo parte de utensílios de cozinha como recipientes e copos plásticos, latas com alimentos em conserva, brinquedos plásticos e produtos cosméticos. Nestes, a via de penetração é por ingestão, sendo liberado quando aquecido e contaminando o alimento que será consumido.
Devemos então, buscar meios de diminuir o contato com esta substância e, para isso, seguem algumas dicas:
Não colocar no micro-ondas embalagens de plástico que não sejam BPA FREE;
Evitar recipientes de plástico que contenham os números 3 e 7 no símbolo de reciclagem;
Evitar o uso de comida enlatada;
Usar recipientes de vidro, porcelana ou aço inox para colocar comidas ou bebidas quentes;
Escolher garrafas e objetos infantis que são livres de bisfenol A.
No caso do papel térmico, já que ainda é impossível ser totalmente livre, podemos reduzir o contato recusando a via do cliente quando se tratar de recibo de pagamento com cartão e reduzir ao máximo a quantidade de extrato emitido pelo banco.
Quando se tratar de descartar o papel térmico, apesar de ser um material reciclável, este não deve ser direcionado a reciclagem para evitar o contato dos recicladores com esta substancia. Ao invés disto, deve ser acondicionado em sacos não biodegradáveis para evitar que a substancia vá para o meio ambiente contaminando lençóis freáticos, rios, oceanos e, por consequência, chegue aos animais que também podem sofrer diversos danos a saúde como: câncer, efeitos negativos nos testículos de mamíferos, na glândula pituitária, na reprodução de fêmeas mamíferas e dos peixes. Eles provocam reduções em populações de golfinhos, baleias, veados e furões; prejudicam o desenvolvimento de ovos de aves; causam deformidades sexuais em répteis e peixes; alterações na metamorfose de anfíbios e muitos outros danos.
Outro ponto negativo quanto a reciclagem do papel térmico é a possibilidade deste ser transformado, por exemplo, em papel higiênico, que terá o agravante de ser usado em regiões mucosas que são mais sensíveis e poderão ser absorvidos diretamente para a corrente sanguínea.
Por fim, devemos pressionar os órgãos fiscalizadores e empresas para não utilizem substâncias nocivas com alta probabilidade de contaminação das pessoas e do Meio Ambiente, pois no caso do bisfenol, mesmo em doses baixas pode ser nociva aos humanos e aos animais.
Enquanto isto não acontece, façamos a nossa parte eliminando quando possível ou diminuindo quando não for possível, o consumo destes produtos. Busquemos nos informar sobre a composição daquilo que adquirimos e consumimos em prol de nossa saúde e bem-estar.
Um fraterno abraço!
Fonte de consulta:
https://www.ecycle.com.br/175-papel-termico-reciclar-reciclagem Acessado em 14/06/19.
https://www.tuasaude.com/como-evitar-o-bisfenol-a/ Acessado em 14/06/19.
