COVID-19: O Papel dos Respiradores na Contenção de Riscos
Editor: Sandro Azevedo
Postagem: 2020-03-19T18:57:27-03:00
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A Proteção Respiratória é essencial para muitos profissionais, como por exemplo, pintores, serralheiros, médicos e soldadores. São tantas opções e variações que acabam confundindo o usuário na hora da compra, podendo gerar dúvidas, dificultando sua escolha, ou pior, a compra de um equipamento de proteção individual incorreto para a atividade que atua.

Proteção Respiratória

Equipamento utilizado para a proteção do sistema respiratório nas atividades e nos locais que apresentam concentrações de poeiras (serragem, mármore), névoas (dedetização) fumos (processos de solda, incêndio), vapores ácidos e orgânicos (produtos químicos, solventes, tintas), vírus e bactérias (ambiente hospitalar).

Classificação dos Filtros

Os filtros possuem as seguintes classificações e a seleção adequada do filtro dependerá da concentração do contaminante presente no ambiente de trabalho: P1, P2 e P3, PFF1, PFF2 e PFF3 (PFF: Peça facial filtrante).

P1, P2 ou P3: utilizados em respiradores com manutenção onde é admissível a troca do filtro. Os cartuchos e filtros são conectados à peça facial e devem ser substituídos mediante saturação (entupimento), que dependerá do contaminante presente, concentração, frequência respiratória do usuário ou conforme indicações do fabricante. Necessitam de higienização diária e limpeza na peça facial.

PFF1, PFF2 ou PFF3: são os respiradores sem manutenção e são considerados descartáveis. Neste caso, a própria peça facial é filtrante. Deve ser trocado sempre que houver alguma lesão (rasgado, perfurado), entupido, ou muito sujo (usuário consegue perceber o cheiro ou gosto do contaminante).

Muitos possuem uma válvula de exalação que facilita a respiração do usuário e torna o uso da máscara mais agradável, propiciando mais conforto e maior vida útil ao filtro.

De acordo com recomendações presentes no PPR (Programa de Proteção Respiratória) da FUNDACENTRO, as classificações dos filtros e para quais contaminantes são recomendados são:

PFF1 e P1: proteção contra poeiras e névoas partículas não tóxicas (penetração máx. através do filtro de 20%).

PFF2 e P2: proteção contra partículas finas, fumos e névoas tóxicas (penetração máx. através do filtro de 6%). Também utilizado para Serviços na área da saúde para proteção contra vírus, bactérias e baixas concentrações de vapores orgânicos.

PFF3 e P3: contra partículas tóxicas finíssimas e radionuclídeos e (penetração máx. através do filtro de 0,1%).

Os Contaminantes

Poeira: são formadas quando um material sólido é quebrado, moído ou triturado. Quanto menor a partícula, mais tempo ela ficará suspensa no ar. As poeiras são os contaminantes mais comuns presentes nos ambientes de trabalho.

Névoa e neblina: constituídas por particulados líquidos na forma de gotículas em suspensão na atmosfera. A diferença entre elas é que as primeiras, as névoas, são geradas por processo mecânico, como ruptura física de um líquido durante processos de pulverização, nebulização ou borbulhamento.

Já as neblinas são produto da condensação na atmosfera de pequenas partículas líquidas provenientes de um líquido previamente volatilizado por processo térmico.

Fumo: ocorrem quando um metal ou plástico é fundido (aquecido), vaporizado e se resfria rapidamente, criando partículas muito finas que ficam suspensas no ar.

Cuidados e Manutenção

Para proporcionar proteção total ao usuário, o protetor respiratório deve estar em perfeitas condições de funcionamento, ou seja, seus componentes devem estar em bom estado e limpos!

Verifique o perfeito funcionamento do seu respirador. Observe a condição da peça facial, correias, válvulas, traqueias ou tubos de conexão, filtros, etc. Certifique-se de que todas as partes estejam em perfeitas condições.

- Não deixe o respirador em lugares sujos. Se precisar manuseá-lo com as mãos sujas, pegue-o pela parte externa.

- A limpeza deve ser feita, após desmontagem parcial do respirador, por lavagem com água morna, sabão neutro e com auxílio de uma escova de cerdas não metálicas. Deixar secar na sombra. Devido à grande variedade de materiais utilizados, convém seguir as recomendações do fabricante.

- Não utilize álcool ou solventes para retirar manchas, pois extraem os plastificantes que contribuem para a maciez da peça facial.

- Quando não estiver utilizando o respirador, guarde-o em um saco plástico e coloque-o em um lugar apropriado. Peças faciais e outras partes podem se deformar permanentemente se forem amassadas durante o tempo de armazenagem, inutilizando o equipamento.

- Se sentir dificuldade na respiração, cheiro ou gosto do produto com o qual está trabalhando, talvez esteja na hora de trocar o respirador por um novo, no caso de respiradores sem manutenção, ou substituí-lo por um respirador com filtro (com manutenção).

- Inspecione o equipamento, antes de cada uso, após limpá-lo e, para evitar paradas no meio da atividade, não se esqueça: os cilindros de ar comprimido devem estar sempre com carga total.

Coronavírus

Após o surto do novo coronavírus (Covid-19) a partir da China, as máscaras cirúrgicas descartáveis ficaram ainda mais em evidência em todo o mundo — principalmente, claro, nos mais de dez países onde o vírus foi detectado. Mesmo antes de o primeiro caso ser confirmado no Brasil, o artigo ganhou as ruas por aqui.

De uma maneira geral, o uso de máscaras para prevenir infecções e problemas pulmonares pode ser positivo. E, quando de fato é necessário, deve ser mantido. A exemplo do que foi visto recentemente nas regiões de Raposos e Sabará, no estado de Minas Gerais. Após fortes chuvas que causaram alagamento e motivaram o desalojamento de diversas famílias, funcionários municipais utilizaram máscaras contra a poluição e o aumento de partículas de poeira em decorrência do solo enlameado. Certo! Proteção para os pulmões.

Mas, quando falamos em doenças infecciosas e epidemias, sabe-se que o uso dessas máscaras só é recomendado para indivíduos que já estão doentes e não querem/devem transmitir infeções para outras pessoas. Entre as condições mais comuns, entram todos os tipos de microorganismos que contaminam vias aéreas e pulmões, como adenovírus, causadores de resfriado, bronquite, pneumonia e conjuntivite, esta quando atinge os olhos, e o influenza, que provoca a gripe.

Quando o indivíduo inspira, a máscara filtra o ar e as partículas, que acima de um determinado tamanho não conseguem passar pela barreira física do tecido. Essa é a principal ideia por trás de se usar uma máscara, inclusive do modelo mais usado por médicos e profissionais da saúde, a N95. Essa opção também é conhecida pelo nome de respirador de partículas.

No rosto da pessoa, a máscara deve estar bem ajustada e funciona muito bem, quando há muita fuligem ou fumaça no ar, por exemplo. As próprias autoridades de saúde chinesas recomendam o uso delas para a equipe do hospital, responsável por tratar pacientes com suspeita de coronavírus.

No entanto, esse modelo indicado costuma ser (muito) diferente do que a maioria das pessoas utiliza nas ruas. Nessas circunstâncias, são normalmente usadas uma simples máscara cirúrgica, que não foi projetada para bloquear partículas de um tamanho específico. Além disso, os vírus costumam ser menores que as partículas de fuligem.

Outra importante questão é que as máscaras cirúrgicas não são justas o suficiente no rosto do indivíduo. O que significa que o ar pode entrar facilmente no espaço entre a máscara e a pele, fazendo com que o indivíduo respire de uma certa quantidade de ar não filtrado.

Em outras palavras, essas máscaras (independentes do modelo) só podem fornecer uma proteção adicional para o usuário contra as maiores gotículas de fluidos corporais, como as partículas que saem de um espirro ou tosse. Afinal, não filtram o ar da maneira ideal.

Recomendações

O CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos não recomenda nenhum dos modelos para a proteção diária contra germes de pessoas possivelmente infectadas. Caso a pessoa esteja em trânsito para outro país, a recomendação para evitar contaminações é lavar as mãos com frequência, por exemplo.

O Ministro da Saúde brasileiro, Luiz Henrique Mandetta, também destaca as ações de higiene para diminuir os possíveis casos de contaminação, como “lavar as mãos, evitar espirrar e tossir sem proteger a pessoa que está na sua frente, evitar tocar nos olhos, nariz, boca e evitar tocar pessoas que estejam doentes."

Afinal, as máscaras não foram desenvolvidas para que o indivíduo se proteja de outras pessoas, mas para proteger outras pessoas de seus próprios germes. Quando o paciente doente tosse ou espirra, todas essas gotículas são filtradas no interior da máscara, evitando a disseminação de substâncias potencialmente carregadas de vírus.

É por esse mesmo motivo que os cirurgiões utilizam máscaras durante a cirurgia. Do contrário, esses profissionais estariam respirando sobre "feridas abertas", o que aumentaria o risco de contaminações. Seguindo esse mesmo raciocínio, pacientes em uma clínica com sintomas de resfriado ou gripe podem ser solicitados a usarem uma máscara, durante o tempo que aguardam em uma sala de espera, evitando troca de vírus com outras pessoas também doentes.

De forma geral, o uso ou não das máscaras para andar nas ruas depende do próprio indivíduo. Esse comportamento é, por exemplo, muito mais socialmente aceito na Ásia, onde sua popularidade pode ser atribuída à epidemia de SARS (Síndrome respiratória aguda grave), que eclodiu em 2003, também originaria da China.

Há ainda uma questão cultural de respeitar o outro e, de forma geral, melhorar o convívio em sociedade nesses países. Esse respeito pode ser traduzido por não desejar que se coloque a saúde dos outros em risco, desde que haja maneiras simples de se evitar o contágio. Afinal, mesmo não sendo 100% indicadas, as máscaras podem ajudar, ainda que em menor escala, a diminuição de novas transmissões do coronavírus. Vale lembrar que da maneira oposta — ou seja, evitando que o vírus seja disperso no ar.

Proteção contra o COVID-19

Na década de 1960, houve a identificação dos primeiros coronavírus humanos. Alguns coronavírus causam a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), detectado em 2002 e 2012, respectivamente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um informe onde aconselha que profissionais da saúde, expostos a pacientes suspeitos de contaminação pelo Coronavírus, devem utilizar respirador do tipo N95 (com certificação NIOSH), PFF2 (com certificação europeia) ou equivalente, para se proteger.

A Anvisa emitiu a nota técnica nº 8/2020 onde indica a servidores da Anvisa, Receita Federal, Polícia Federal e Vigiagro e os trabalhadores que realizarem abordagem em meios de transporte com viajantes provenientes da China o uso de Equipamento de proteção individual (EPI), sendo que:

Se não houver relato de presença de caso suspeito, utilizar máscara cirúrgica.

Se houver relato de presença de caso suspeito, utilizar máscara cirúrgica, avental, óculos de proteção e luvas.

Transmissão do coronavírus

A contaminação ocorre por contato entre pessoas. A transmissão dos coronavírus acontece pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: espirro, catarro, gotículas de saliva etc.

A incubação do vírus pode ser de duas semanas, ou seja, esse é o tempo em que os primeiros sintomas podem surgir desde o momento do contágio.

Sintomas do Coronavírus 

Os sintomas clínicos do novo coronavírus são respiratórios, se assemelham a um resfriado. Ainda causam infecção como pneumonias. Demais sintomas são: febre, tosse e dificuldade para respirar.

Medidas Preventivas

As medidas indicadas pelo Ministério da Saúde são básicas como:

– Lavar as mãos com frequência;

– Usar lenço descartável para higienizar as narinas;

– Cobrir nariz e boca ao tossir ou espirrar;

– Manter os ambientes bem ventilados;

– Evitar contato próximo com animais selvagens e animais enfermos em fazendas ou criações etc.

Já os profissionais da área de saúde devem adotar medidas de precaução padrão como usar máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção.

Em caso de realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, o Ministério da Saúde indica o uso de máscara N95/PFF2.

Alguns produtos com Certificação CA/INMETRO – PFF2, são indicados para se proteger do Coronavírus:

- Respirador 3M Aura 9320+BR

- Respirador Concha 3M 8801

- Respirador Dobrável 3M 9820+BR