Professores de física da Universidade Federal do Tocantins (UFT) desenvolvem um equipamento que poderá ser usado para esterilizar unidades hospitalares em combate ao novo coronavírus. O dispositivo com raios ultravioletas pode ser usado na desinfecção de superfícies. Segundo os pesquisadores, a radiação da luz é capaz de tornar o vírus inativo.
O professor Nilo Maurício disse que isso é o processo de higienização é possível porque a radiação ultravioleta possui efeitos germicidas. “O quê significa isso? Que essa radiação pode afetar tecidos, células, pode afetar bactéria, fungo, vírus”, explicou.
O dispositivo segue em fase de teste por um grupo de professores do curso de física. Se os resultados forem satisfatórios, outros equipamentos serão montados e doados para unidades de saúde do Tocantins. O aparelho é simples e de baixo custo.
“Nós pensamos em criar um dispositivo de esterilização com materiais que nós encontrássemos em loja de material de construção. Que fosse fácil de fazer e rápido, com exceção da lâmpada ultravioleta que fica em lojas específicas”, comentou o professor Alexsandro Silvestre.
A professora Regina Lelis explica que quanto maior a potência da luz ultravioleta, melhor será o resultado. Ela diz como funciona o processo físico de combate ao vírus.
“O que acontece com a radiação quando ela interage com esse vírus é que ela chega lá no material genético e ela produz efeitos moleculares. Esses efeitos deixam o vírus inativo e ele já não pode mais contaminar, porque ele não pode mais reparar esses efeitos. Então basicamente esse é o processo físico por trás do uso da radiação ultravioleta”, comentou a física.
Os professores explicam que o dispositivo pode causar danos à saúde se não for utilizado da maneira correta. Por isso só pode ser manuseado por especialistas.
“É importante lembrar que esse tipo de radiação não é comum no contato com o ser humano. Nós não entramos em contato com esse tipo de radiação, portanto nosso corpo não é preparado para isso. O mesmo princípio físico que age na inativação do vírus que é causando lesões e danos na carga genética é o mesmo princípio físico que pode causar malefícios quando em contato com o ser humano”, explicou a professora de física Claudia Adriana.
Fonte: G1