

Vírus, bactérias e outros microrganismos patogênicos, são comumente encontrados no ambiente hospitalar, tendo como predominante a necessidade de proteção contra os riscos biológicos. Existem normas e classificações, que regem os níveis de contenção adequados para os seus manuseios, entretanto, as instituições devem possuir meios de tratar novos riscos, o que deve ser uma prioridade dos Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho nas unidades de saúde. A implementação de novas técnicas de segurança deve ser adotada sempre que as medidas existentes se mostrarem ineficazes.
O uso e o armazenamento adequados dos EPIs, são obrigatórios para todos os profissionais da saúde, pois, mesmo seguindo todas as normas preventivas, não é possível neutralizar todos os riscos existentes. Além disso, simples procedimentos diários, ajudam a evitar uma série de problemas.
Uma prática simples, como a lavagem das mãos, não apenas protege o paciente de uma possível infecção hospitalar, como é a principal forma de evitá-la. Afinal, ela é adquirida dentro de ambientes como UTIs e enfermarias, podendo ser transmitida de um paciente para outro e até mesmo acompanhantes, caso não sejam tomadas as medidas adequadas.
É indicado que os profissionais lavem as mãos:
- Antes de contato com o paciente;
- Antes de realização do procedimento asséptico;
- Após risco de exposição a fluidos corporais;
- Depois do contato com o paciente;
- Após contato com as áreas próximas aos pacientes.
A importância desses cuidados, aumenta substancialmente quando alguns dados alarmantes são considerados: segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), de 234 milhões de pacientes operados no mundo, 1 milhão morre por conta de infecção hospitalar, e 7 milhões apresentam complicações no pós-operatório.
Pacientes internados em UTIs são ainda mais suscetíveis a infecções, pois o uso de ferramentas invasivas, como cateter, acaba facilitando o acesso de vírus e bactérias.
Lembrando que, além dos médicos e enfermeiros, o próprio paciente deve lavar as mãos, bem como seus visitantes.
Quanto ao vestuário, é primordial o uso dos seguintes EPIs para evitar Infecção Hospitalar:
- Luvas: EPI para a proteção das mãos. Lembrando que luvas descartáveis de procedimento, jamais devem ser reutilizadas;
- Touca: protege tanto a área hospitalar quanto o cabelo/cabeça do profissional;
- Avental/macacão: importante barreira contra microrganismos e substâncias diversas;
- Óculos de proteção: oferece a segurança necessária aos olhos, que são órgãos de alta sensibilidade;
- Máscara: é importante, principalmente, na aproximação de pacientes em estado delicado ou com baixa imunidade.
Agora, seguem algumas dicas de proteção aos pacientes para evitar Infecção Hospitalar:
- Pessoas com doenças contagiosas não devem visitar o paciente;
- Manter sempre as vacinas em dia, tanto o paciente quanto as visitas;
- Os pacientes não devem ingerir alimentos crus trazidos de fora do hospital;
- Evitar flores e demais “decorações”, principalmente nos quartos de pacientes com baixa imunidade.
As maiores fontes de contaminação são o contato mão-boca, o contato mão-olho, os cortes e feridas superficiais na pele exposta e a perfuração cutânea. Para prevenir contaminação acidental por riscos biológicos, devem ser observadas as seguintes orientações:
- Usar luvas quando as atividades a serem desenvolvidas exigirem contato com fluidos corpóreos (soro, plasma, urina, ou sangue total);
- Usar protetor facial, como óculos de segurança, principalmente quando houver possibilidade de espirros de fluidos;
- Usar vestimentas de proteção, como aventais, quando o risco biológico for reconhecido;
- Lavar as mãos antes de retirar as luvas e antes de sair da área contaminada;
- Minimizar a formação de aerossóis durante as manipulações laboratoriais;
- Evitar o contato das mãos com a face;
- Não comer, beber ou aplicar cosméticos na área do laboratório;
- Não pipetar qualquer líquido, incluindo água, através da boca;
- Não permitir o contato de ferramentas ou qualquer peça de laboratório com a boca;
- Não usar pias de laboratórios para lavar as mãos ou outras atividades de higiene pessoal;
- Seguir os protocolos de biossegurança para o laboratório e para o depósito de materiais contaminados;
- Usar soluções desinfetantes adequadamente preparadas, sempre que necessário;
- Manter os frascos que contêm material infectante fechados, toda vez que não estiverem em uso;
- Não levar luvas para áreas externas do laboratório e lavar as mãos quando sair do laboratório;
- Especial atenção deve ser dada ao uso de centrífugas que, manuseadas erroneamente, produzem partículas respiráveis e podem ser ejetadas durante o uso do equipamento, devendo ser operadas de acordo com as instruções do fabricante;
- Deve-se tomar cuidado especial durante a abertura de ampolas contendo material seco e resfriado. Esses materiais são condicionados a vácuo e, ao abrirem, produzem um influxo de ar que poderá ser suficiente para dispersá-los na atmosfera, devendo ser aberto em cabine apropriada;
Todo laboratório deve elaborar um plano de procedimentos de emergência e utilizá-lo adequadamente quando necessário. Esse plano deve conter informações referentes a: avaliação do biorrisco, gerenciamento e descontaminação para cada acidente possível, tratamento médico de emergência para o pessoal lesado, levantamento médico e acompanhamento clínico do pessoal exposto e investigação epidemiológica.
Dentre outros tipos de acidentes devem ser incluídos nos planos o seguinte: quebra de recipiente com material em cultura; infecção acidental por injeção, corte e abrasão, ingestão acidental de material contaminados no interior de centrífuga, fogo, vandalismo, equipamento de emergência, serviços de emergência para contatos externos ao laboratório, etc.
Os profissionais da área devem ter plena consciência da segurança em seu local de trabalho.
Higiene hospitalar
O setor de higiene hospitalar, por intermédio de suas atividades, é bastante exposto aos riscos biológicos. Muito comuns são os acidentes com materiais perfurocortantes ou cortocontusos (contaminados) encontrados displicentemente depositados em recipientes inadequados, ou seja, sem resistência mecânica suficiente para impedir acidentes.
Assim sendo, a coleta de lixo no ambiente hospitalar deve ser seletiva, pois deste modo será possível definir quais os recipientes que deverão ser utilizados para coleta de resíduos. Tais procedimentos são necessários, pois além de promover a segurança dos trabalhadores, proporcionará redução de custos envolvidos no tratamento de resíduos hospitalares.
Esta prática só terá validade se acompanhada por um programa de educação continuada, visando treinar, principalmente os novos funcionários da instituição hospitalar no modo correto de se descartar o lixo. Encontram-se agulhas hipodérmicas, agulhas de sutura, lâminas de bisturi e outros materiais como pinos e parafusos acondicionados em sacos de pano destinados ao transporte de roupas cirúrgicas contaminadas para a lavanderia hospitalar.
Devido à possibilidade de acidente, a velocidade de produção deste setor é diminuída, e o que é mais grave, aumenta o número de acidentes entre o pessoal que desenvolve atividades nas áreas contaminadas deste setor, principalmente quando desembalam os artigos a serem lavados.
Para prevenir a infecção hospitalar, as principais recomendações envolvem hábitos e cuidados dos pacientes e dos profissionais de saúde, além dos protocolos internos dos serviços de saúde. O Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) do Ministério da Saúde, criado para contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional, é um dos seis atributos da qualidade do cuidado e tem adquirido grande importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde, com a finalidade de oferecer uma assistência segura.